Nos dias atuais a terra de Portugal tornou-se um exemplo de superação da crise económica que abalou o mundo em 2008, mesmo nos dias atuais a maioria dos países que sofreram com a bolha financeira americana ainda tem dificuldades para estabilizar suas contas e conseguir números consistentes para a retomada do desenvolvimento económico. A bolha imobiliária americana pegou de surpresa até os maiores analistas de economia, que não souberam explicar naquele momento, qual a razão para aquele desmoronamento dos papéis hipotecários americanos (considerados por grandes agências de investimento, as aplicações económicas mais seguras para fundos de aposentadoria e afins). Como um maremoto varrendo a costa, a crise contaminou todas as maiores economias mundiais e obviamente, não poupou pequenas nações do mundo, que sofreram impactos talvez até maiores.
A União europeia não escapou ilesa e arrastou as já frágeis economias da Grécia, Espanha e claro, Portugal. A situação portuguesa em especial, era muito precária, pois já vivíamos uma sequência de anos com números de desenvolvimento pouco animadores, os quais apontavam para um crescente desemprego, e mesmo uma fuga de nossos jovens para outros países europeus mais ricos e além-mar. Nossa situação piorou com a avalanche financeira e governos tiveram que recorrer a instituições financeiras internacionais para poder manter os pagamentos de pensões e de funcionários. Todo cenário parecia muito pessimista para o futuro de nosso país e da união europeia. Uma das consequências desse cenário desolador foi a saída do Reino Unido da união, talvez uma decisão precipitada em vista do cenário atual, no qual a Europa parece ter saído mais forte depois da prova de fogo, em sua primeira crise depois da união económica dos países membros.
Tudo começa a mudar no ano de 2015 durante as eleições legislativas na qual a coalizão socialista estabelece governo. Por mais pessimistas que fossem as projeções para a economia portuguesa para os próximos anos o novo governo não deixou se abater e começou o processo que resultaria nos belos números económicos e sociais que Portugal exibe nos dias atuais, ao contrário do que se pensava, sobre uma possível adoção de medidas impopulares para controle fiscal e orçamentário, tais como: cortes nos setores de saúde, educação, enxugar as folhas de pagamento do governo e privatização de empresas estatais, o governo atual resolveu tomar o caminho inverso e fazer a lição de casa sem a ajuda das instituições econômicas internacionais, diga-se o FMI, ao não pedir auxílio a essas instituições e traçar um plano ousado de poucos e cirúrgicos cortes sem afetar fortemente os serviços fornecidos à população, o governo atual consegue deixar o mundo entusiasmado com os resultados obtidos a partir do próprio esforço governamental de colocar a casa em ordem e sanar as contas públicas sem cortar benefícios ou pensões. O “milagre português” ascendeu junto com a recuperação da Europa após a crise com a saída do Reino Unido do bloco, sendo considerado por muitos analistas como um sinal de uma comunidade europeia forte, apesar do momento de crise.